Foi hoje anunciada a construção de mais uns tantos parques de estacionamento na capital.

A pergunta que fica no ar é esta: estes estacionamentos serão para aumentar a capacidade já existente, ou para substituir o estacionamento à superfície.

Zurique tornou-se uma referência mundial graças às suas políticas nesta matéria. Em 1996, decidiram que o número de lugares no centro da cidade iria ser bloqueado nos níveis de 1990. Daí em diante, todo o qualquer lugar criado na cidade, passou a ser apenas para substituir lugares à superfície.

Mas a cidade já tinha começado em 1989 a estabelecer máximos permitidos, ao invés da lógica comum, onde qualquer promotor é obrigado a estabelecer mínimos, mas tem “carta verde” para criar quantos lugares quiser.

As cidades portuguesas continuam presas nesta lógica (cultural e legal) dos mínimos, e urge mudar rapidamente não só para o estabelecimento de máximos, como em alguns casos será mesmo necessário reduzir o número de lugares dentro das cidades – com especial incidencia nos lugares à superfície. Mais lugares, chamam mais automóveis, gerando mais tráfego.

O espaço público é demasiado precioso para estar a ser desperdiçado em estacionamento.

http://www.citylab.com/…/lessons-zurichs-parking-revo…/2874/

Nota. A política de estacionamento (associada a uma fiscalização eficaz) é apenas um dos pormenores do sucesso de Zurique, para o qual contribuem os limites à circulação de veículos, políticas ambiciosas mas sustentáveis de transporte público, promoção do uso da bicicleta, valorização do espaço público, etc.

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