A nossa ponte 25 de Abril é frequentemente comparada com a Golden Gate de São Francisco, onde já hoje circulam peões e bicicletas. Mas na verdade, e à excepção da cor, são pontes bastante diferentes. Há no entanto uma outra ponte em São Francisco, que apesar de ser de cor cinzenta, é estruturalmente muito semelhante à nossa “ponte sobre o Tejo” – falamos da extensão oeste da Bay Bridge, que liga São Francisco à Ilha de Yerba Buena. A ligação da Ilha a Oakland, é feita por outra ponte diferente e foi reconstruída em 2013 (na sequência dos danos sofridos num terramoto), onde passou a também permitir a circulação de bicicletas e peões – foi um sucesso, apesar de o percurso apenas ligar a ilha a Oakland
A referida extensão oeste, que liga Yerba Buena a São Francisco, e que foi inclusivamente construída pela mesma empresa que construíu a Ponte 25 de Abril (American Bridge Company), não tem até à data condições para a circulação de bicicletas. Mas isto está prestes a mudar.
Foi esta semana anunciada a proposta escolhida para que no futuro se possa ir de Oakland a São Francisco, tanto a pé como de bicicleta. Podemos ter uma ideia nesta primeira imagem divulgada, de como será a solução. Dia 19 de Novembro haverá uma sessão pública onde mais detalhes serão divulgados. Estima-se que cerca de 10.000 bicicletas passem a circular diariamente entre São Francisco e Oakland. (fonte: https://sfbike.org/)
Há ainda uma 3ª ponte semelhante à nossa (mas mais pequena) – a Forth Road Bridge, na Escócia. Esta ponte está dotada também de 2 tabuleiros exteriores (um de cada lado), semelhantes ao que agora se propõe construir na Bay Bridge (apenas de um lado), dedicados à circulação de peões e bicicletas.
A pergunta que fica no ar é esta: quantas bicicletas (e peões) circulariam entre Lisboa e Almada, se fosse implementada uma solução semelhante a esta?
Sabia que a ponte Golden Gate, é um dos locais mais visitados do mundo? Quem já teve a oportunidade de passar a pé ou de bicicleta na nossa Ponte 25 de Abril (num dos raros eventos que costumavam acontecer), sabe que a experiência é fenomenal. Um tabuleiro pedonal e ciclável seria certamente um sucesso turístico, mas mais importante seria o seu potêncial em termos de mobilidade no dia-a-dia.